Japão registra a maior queda mensal de disponibilidade de emprego em 43 anos
Em maio, taxa de desemprego subiu para 2,9%, a maior alta registrada em três anos
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A disponibilidade de emprego no Japão registrou em maio, a maior queda mensal em 46 anos, enquanto a taxa de desemprego atingiu a maior alta em três anos, aumentando os sinais de que o mercado de trabalho está contraindo rapidamente devido à pandemia de coronavírus, mostraram dados do governo na terça-feira (30).
Segundo a agência Kyodo, a relação emprego/candidato piorou 1.20, ante 1.32 em abril, a maior queda mês a mês desde uma queda recorde de 0,20 ponto em janeiro de 1974, quando a economia japonesa entrou em uma fase de desaceleração após a crise global do petróleo, de acordo com o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar.
Com 120 vagas de trabalho para cada 100 candidatos, a taxa mais recente de disponibilidade de empregos no país diminuiu pelo quinto mês consecutivo, atingindo o nível mais baixo desde julho de 2015, informou o Ministério do Trabalho.
Dados separados do Ministério de Assuntos Internos e Comunicações mostraram que a taxa de desemprego aumentou para 2,9% em maio, ante 2,6% em abril. Esse é o terceiro aumento mensal consecutivo, que atingiu o nível mais alto desde os 3,1% registrados em maio de 2017.
A taxa de desemprego aumentou pela primeira vez por três meses consecutivos, desde que piorou por seis meses seguidos, de fevereiro a julho de 2009, após a crise financeira global, segundo os dados.
Os resultados mostram o ritmo acelerado de deterioração do mercado de trabalho sob a declaração de estado de emergência do governo feita em resposta ao coronavírus.
“A situação do emprego é grave, com o número de ofertas de emprego continuando a cair acentuadamente e o número de candidatos a emprego ao mesmo tempo”, disse o ministro do Trabalho Katsunobu Kato em entrevista coletiva.
Durante o estado de emergência, que estava em vigor a partir de abril, o governo pediu que as empresas suspendessem as operações e as pessoas se abstivessem de realizar viagens não essenciais para impedir a propagação do vírus. A medida causou grande impacto na economia.
Takuya Hoshino, economista do Instituto de Pesquisa Dai-ichi Life, disse à Kyodo que muitos dos que perderam o emprego voltaram a procurar emprego em maio, após o fim do estado de emergência, o que contribuiu para o aumento da taxa de desemprego no relatório mensal.
As novas ofertas de emprego diminuíram 32,1% em relação ao ano anterior. No setor de acomodações e de serviços de alimentação a queda foi de 55,9% e no setor de estilo de vida e entretenimento, incluindo agências de viagens, a queda foi de 44,2%.Fonte: Alternativa - 01/07/2020