Produção das fábricas no Japão cresce no maior ritmo desde 2015
Por outro lado, a taxa de desemprego subiu para 2,4% em outubro, ante 2,3% no mês anterior
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A produção das fábricas do Japão cresceu em outubro no maior ritmo desde 2015, recuperando-se de uma queda no mês anterior causada por desastres naturais, embora os fabricantes enfrentem um caminho difícil à frente diante dos crescentes riscos de atritos comerciais globais.
O aumento de 2,9% na produção superou com folga uma previsão de 1,2% no mercado, liderada por itens como peças de smartphones e carros. O número seguiu uma queda revisada de 0,4% no mês anterior, registrando o maior ganho mensal desde janeiro de 2015.
Fabricantes entrevistados pelo Ministério da Economia, Comércio e Indústria (METI) esperam que a produção aumente 0,6% em novembro e 2,2% em dezembro, mostraram os dados.
Os economistas esperam que a produção industrial se recupere neste trimestre, já que as restrições de oferta causadas por desastres naturais que reduziram a produção e a distribuição física diminuíram, abrindo caminho para uma recuperação de uma contração no terceiro trimestre.
Ainda assim, a desaceleração da demanda global e a intensificação da guerra comercial EUA-China podem ameaçar o comércio global e o crescimento nos próximos meses, tornando o Japão, que depende das exportações, mais vulnerável.
"A produção de outubro cresceu como uma reação às interrupções na cadeia de fornecimento causadas por desastres naturais", disse Takeshi Minami, economista-chefe do Instituto de Pesquisa Norinchukin.
"Esse rebote deve ser considerado um fator especial. Dada a desaceleração do comércio global, a produção industrial do Japão pode estagnar nos próximos meses."
O ministério elevou sua avaliação da produção industrial, dizendo que ela está gradualmente se recuperando como um todo.
A economia do Japão, a terceira maior do mundo, encolheu mais do que o esperado no terceiro trimestre, atingida por desastres naturais e exportações lentas.
Um lote recente de dados, como vendas no varejo, reforçou a opinião de que a contração econômica do Japão no terceiro trimestre seria provavelmente temporária.
Dados separados mostraram que a taxa de desemprego do Japão subiu para 2,4 por cento em outubro, em relação aos 2,3 por cento em setembro, enquanto a disponibilidade de empregos diminuiu para 1,62 posto de trabalho por candidato, ante 1,64 em setembro, um nível visto pela última vez em 1974.
O envelhecimento e o encolhimento da população do Japão levaram a um mercado de trabalho restrito, causando escassez de mão de obra e elevando os salários gradualmente, à medida que muitas empresas se esforçam para atrair trabalhadores.
Apesar da economia sólida e do mercado de trabalho apertado, no entanto, a inflação está lutando para acelerar.
O principal índice de preços ao consumidor (IPC) da região de Tóquio, que inclui produtos de petróleo, mas exclui os preços de alimentos frescos, subiu 1,0 por cento no ano até novembro, abaixo da meta de 2 por cento do banco central.
O índice de Tóquio está disponível um mês antes do núcleo do IPC e serve como um indicador principal da inflação ao consumidor.
As vendas no varejo do Japão aumentaram em outubro, com os consumidores gastando mais com combustível, carros, remédios e cosméticos, em um sinal de que a economia provavelmente voltará a crescer depois de um verão fraco, segundo dados divulgados na quinta-feira.
Fonte: Alternativa com Reuters - 30/11/2018