Produção das fábricas no Japão cai mais do que o esperado, diz governo
A produção caiu 1,2% em agosto, segundo dados divulgados nesta segunda
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A produção industrial do Japão encolheu mais do que o esperado em agosto, no aviso mais recente de que a economia e os fabricantes estão enfrentando uma pressão crescente em meio a uma amarga guerra comercial entre China e Estados Unidos.
A produção industrial caiu 1,2% em agosto, mostraram dados do governo nesta segunda-feira (30), encolhendo em um ritmo mais rápido do que a previsão mediana do mercado para um declínio de 0,5% e revertendo quase completamente o aumento de 1,3% de julho.
A produção foi reduzida devido à queda na demanda de produtos siderúrgicos, equipamentos de produção industrial e automóveis, compensando o ganho de peças eletrônicas e produtos químicos, mostraram os dados.
Os fabricantes consultados pelo Ministério do Comércio esperam que a produção cresça 1,9% em setembro, mas deve cair 0,5% em outubro.
Os dados mostram um quadro sombrio para a economia japonesa, que depende das exportações, sublinhando o estresse no setor manufatureiro devido à desaceleração do crescimento global, embora a atividade no setor de serviços permaneça firme, pois corre menos risco de fraqueza no comércio global.
"A falta de crescimento das exportações devido à desaceleração econômica global está causando um grande impacto", disse Takumi Tsunoda, economista sênior do Instituto de Pesquisa do Banco Shinkin. "O imposto sobre consumo vai aumentar em outubro, portanto a desaceleração da economia provavelmente se tornará mais forte."
Os dados mais recentes mostraram que as exportações do Japão caíram pelo nono mês em agosto, quando a guerra comercial com os EUA atingiu a demanda da China e de outros parceiros comerciais asiáticos. As exportações em termos de volume também caíram.
O primeiro-ministro Shinzo Abe, no entanto, trouxe algum alívio aos exportadores japoneses depois de assinar um acordo comercial limitado com o presidente dos EUA, Donald Trump, para cortar tarifas sobre produtos agrícolas dos EUA, máquinas e ferramentas japonesas e outros produtos.
Embora o acordo não cubra automóveis, Abe disse que recebeu garantias de Trump de que Washington não colocaria tarifas adicionais sobre veículos japoneses.Fonte: Alternativa com Reuters - 30/09/2019